Como a Escrita Molda Meus Pensamentos

Sou alguém que só pensa claramente quando escreve. Penso melhor, quando leio as palavras tomando forma, na tela do computador. Sempre fui assim. Antes das telas, claro, pensava com lápis ou caneta. De qualquer forma, eu precisava materializar a palavra, para materializar as ideias. Talvez eu seja mais visual do que imaginasse.

Lembram-me os ensinamentos do meu saudoso professor de Português e Literatura. Um mentor inestimável, aconselhava-me: "Edison, escreva com liberdade; permita que suas ideias fluam sem barreiras nem hesitações.”

E foi assim que me vi, dia após dia, descobrindo que a clareza dos meus pensamentos dependia da clareza das minhas palavras, como se a forma fosse o molde das ideias, eu precisasse ver a matéria, para compreender a essência.

Anos mais tarde, percebi ser praticante fervoroso da escrita livre, um método que desencadeia o pensamento profundo e a criatividade. E a escrita, para mim, transcende a mera expressão de ideias. É um diálogo interno, um processo de transformação e refinamento de mim mesmo.

Eu escrevia para simplificar e direcionar meus pensamentos. No entanto, descobri uma abordagem ainda mais poderosa: escrever não era apenas uma forma de revelar-me o conhecimento, mas também de transformá-lo.

Passei a estudar, escrevendo e falando comigo, construindo um diálogo interno, pessoal e transformador. À medida que escrevo, minhas ideias vão sendo refinadas. Não se trata de expressar o pensamento tão somente, mas de reavaliar e aprofundar a compreensão sobre ideias e pensamentos.

O conhecimento do escritor é enriquecido e alterado pelo próprio ato de escrever.

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