Veja que interessante: quando nossa mente aceita uma explicação como plausível para algo, ela cria um quadro mental para essa explicação, e ele servirá de estrutura para a interpretação de novas informações.
Qual é a consequência disso?
Tendemos a interpretar novas informações com base em crenças preexistentes, em vez de avaliá-las de forma objetiva. Isso pode facilitar muito a vida, é verdade, mas também pode nos levar a conclusões imprecisas ou incorretas, dificultando a atualização de nossas crenças e opiniões. Se não pararmos para pensar com mais cuidado, nos tornaremos rígidos. A ciência chama esse fenômeno de rigidez cognitiva.
Fatores como a sobrecarga de informações, a pressa, a velocidade e as emoções intensas podem agravar a rigidez cognitiva. E não é difícil imaginar-se em uma situação assim, não é mesmo?
Todos os dias, você navega pela internet para se "atualizar". O engraçado é que, quanto mais você se entrega a essa sede por novidades, mais a sobrecarga de informações pode levá-lo a simplificar demais as coisas. Como consequência, você acaba interpretando as informações de acordo com suas crenças pré-existentes. O resultado? Decisões apressadas e uma tendência a confiar demais no que você já sabe.
Fortes emoções também podem afetar sua capacidade de pensar com flexibilidade. Pense nas discussões políticas que vemos destruir amizades e até separar famílias.
Para evitar a rigidez cognitiva, é importante estar ciente desses fatores e fazer um esforço consciente para avaliar as informações de forma objetiva e racional. Claro, isso não é fácil; envolve questionar nossas crenças e opiniões, considerar diferentes perspectivas e procurar informações que contradigam nossas crenças. Afinal, elas podem ser incompletas ou incorretas.
Embora a rigidez cognitiva possa ser um desafio, é possível superá-la por meio do esforço consciente e da abertura à mudança. Ao fazê-lo, podemos desenvolver uma compreensão mais precisa e objetiva do mundo ao nosso redor e tomar decisões mais informadas e acertadas.
Pense nisso.
